sábado, 30 de dezembro de 2006

Vem

Vem. Que hoje os meus olhos se recusam a partir. Vem. Sei que és anjo sem asas, mas vem dessa tua distância; e com o teu abraço faz malograr as investidas da Solidão. Prende-me com os teus beijos, para que o Tempo não me leve. Sê dono dos meus sentidos, que hoje não tenho forças para lutar.
Sei que não virás...mas deixa, pois a manhã redentora virá em teu lugar.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Partidas

Uns partem de novo, entre despedidas inocentes de optimismo, como se a próxima vez fosse uma certeza. Outros permanecem lá longe, parados no tempo que é o meu; movem-se nas memórias que a custo sobrevivem em mim, no medo de não os rever. E as saudades iluminam sentimentos que dormem, indomáveis, na escuridão.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Indefinição

A imagem é difusa. As formas movem-se indefinidas; fundem-se, fragmentam-se, contraem-se e dilatam-se. E há o Tempo que as dilui. E a memória que luta contra a corrente. Queria poder fixá-las entre as minhas mãos, sob os meus olhos, e depois manipulá-las como me conviesse. Tudo o que consigo são impressões, fantasmas que me povoam o espírito. É assim que a custo vou caminhando através da bruma.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Le sommeil

Un piège du Temps, voilà comment se présente à mes yeux le sommeil. Signe ultime de la fragilité humaine, le prix incontournable qu'on doit payer pour survivre, et pourtant ce n'est pas de la vraie vie quand on s'endort. Et puis cette peur! Et si la prochaine fois on ne se réveillait plus?

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A fonte

Neste dia em que o tempo me arrasta com um pouco mais de força, sempre na incontornável direcção do abismo, preciso da fonte. Nela, em vez da morte, renovar a vida, mesmo que por mera ilusão, inútil fingimento. Ou, quem sabe, aprender a aceitar a escuridão, a amar a luz enquanto a não apagam. E a fonte? A fonte é a ilha, a fonte é o mar e o sangue, e também o ventre. À distância, fecho os olhos e bebo das suas águas. E o tempo prossegue.

domingo, 22 de outubro de 2006

Conversion

"But Proportion has a sister, less smiling, more formidable, a Goddess even now engaged - in the heat and sands of India, the mud and swamp of Africa, the purlieus of London, wherever in short the climate or the devil tempts men to fall from the true belief which is her own - is even now engaged in dashing down shrines, smashing idols and setting up in their place her own stern countenance. Conversion is her name and she feasts on the wills of the weakly, loving to impress, to impose, adoring her own features stamped on the face of the populace. At Hyde Park Corner on a tub she stands preaching; shrouds herself in white and walks penitentially disguised as brotherly love through factories and parliaments; offers help, but desires power; smites out of her way roughly the dissentient, or dissatisfied; bestows her blessing on those who, looking upward, catch submissively from her eyes the light of their own."

Virginia Woolf

sábado, 14 de outubro de 2006

Recantos III




Envolvidos no calor intenso do Verão, atravessamos paisagens que, apesar de feridas pelo fogo, impõem a custo a sua dignidade. Gigantes serenos no horizonte, a Estrela e o Caramulo guardam estas terras que o Mondego atravessa, incansável na sua peregrinação até ao mar. Pelo caminho, cumprimentam-nos nostalgicamente as memórias de um longínquo passado da Humanidade.

sábado, 7 de outubro de 2006

Skógarmaðr

Qu'on me chasse de ce monde de métal

Je veux être banni,

Ignoré par ceux qui m'accablent

Oh oui, je suis le coupable

Le meurtrier qui songe à les tuer

Le loup humain, mais pas l'humain

Je suis l'homme des forêts

Le skógarmaðr

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Manhã

"(...) there is something awful in the being surrounded by familiar faces asleep - in the knowledge that those who are dearest to us and to whom we are dearest, are profoundly unconscious of us, in an impassive state, anticipative of that mysterious condition to which we are all tending - the stopped life, the broken threads of yesterday, the deserted seat, the closed book, the unfinished and abandoned occupation, all are images of death. The tranquility of the hour is the tranquility of death."

Charles Dickens

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Recantos II - Ailleurs


Eau de L'Heure, Belgique

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Brumas

Misteriosamente, as brumas descem sobre a ilha. Onde ainda agora o sol fustigava com vigor as areias negras e os verdes campos, uma humidade densa penetra a terra e os corpos. O véu, de tons melancólicos, deixa entrever na sua extremidade uma faixa irónica da paisagem que se estende para além dele. Se foi o sol que se deslocou, intimidado, para essas outras paragens, ou se foi apenas a bruma que não conseguiu alcançar mais longe, não o sabem os mortais. Há magia nestas ilhas, outrora perdidas do homem. Magia que prende quem nelas ousou nascer. Os corpos escapam-se, mas os espíritos carregam para sempre a semente que implode lentamente, se privada do encantamento telúrico que a faz germinar.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Sem título II

Entre as paredes de quartos familiares
Ela espreita-me, insaciável
Predadora de memórias de tempos felizes
Rasga-me o peito, impetuosa
Ábil constritora de corações
Não me perdoa o amor à vida

Nesta pérfida simbiose
Incendeia-se o espírito
Assim semeio no passado
Os desejos de amanhã

Rendo-me nesta guerra
Que ninguém ganha
Ela odeia-me porque não lhe pertenço
Ela pertence-me porque vem de dentro.

sábado, 15 de julho de 2006

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Loin de toi

Loin de toi, mais toujours près de nous.
Si jamais la solitude te guette, regarde les étoiles. J'ai priè aux dieux inconnus de les faire briller pour toi. J'ai demandé au Soleil d'être là pour te réchauffer le coeur, aux jours où il est le plus froid.
Ne crains pas. Mon amour est plus fort que tu ne le crois. Ailleurs, je serai quand même tout près de toi.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

L'enfant aux ailes brûlées

L'enfant est resté là-bas. Perdu, il croise les chemins qui mènent aux sommets des volcans.
L'enfant aux ailes brûlées, essaie d'entendre le vent. Les voix des temps oubliés, des murmures qu'il ne comprend plus.
Il pleure l'Atlantique. Du feu dans son sang, du noir dans son coeur.
Le corps par terre, il désire le ciel. Noyé dans sa mer, il rêve l'infini.

Je sais bien que tu me cherches. Moi aussi, je voudrais te retrouver.

terça-feira, 11 de julho de 2006

"O labirinto parado"

Perdi-me num labirinto de saudade
Senti
À montanha
Dos sítios que não mudam
Subi

E ao abismo
Do vertiginoso futuro
Desci

Procurei para o sol
Procurei para o mar

Mas sem ti
No céu da paisagem daqui
Afinal não saí
Mas sem ti
No céu da paisagem
Perdi
A noção da viagem

Na pedra já mais que branda da memória,
Escrevi
Com o tempo
que o musgo vai levando a crescer

Com o brilho que a esperança nos faz
no olhar
Escrevi
Que a saudade é prima afastada do vagar

Mas sem ti
No céu da paisagem
Perdi
A noção da viagem
Mas sem ti
No céu da paisagem
Daqui
Afinal não saí
Mas sem ti
No céu da paisagem
Perdi
A noção da viagem


Madredeus

segunda-feira, 10 de julho de 2006

O homem que fez nascer os deuses

D'après l'un des mythes de fondation, la création de l'univers et des ses composants aurait pour origine le démembrement d'un homme primordial nommé Prajapati. Auparavant, ce dernier aurait toutefois esquissé le cosmos en modelant la terre et le ciel et en donnant naissance aux dieux. Ceux-ci voulurent alors offrir le premier sacrifice. Comme les êtres vivants étaient encore absents du monde et que seule une offrande de ce type possédait une réelle valeur, les dieux décidèrent d'immoler le purusa (homme) Prajapati. De ce démembrement créateur devaient résulter l'apparition du soleil et de la lune, l'organisation de l'espace, le vent, le feu et surtout les homme organisés d'après les trois fonctions. La bouche du sacrifié livra les brahmanes, ses bras donnèrent naissance aux ksatriya, de ses jambes sortirent les vaisya. Ses pieds, partie la plus impure du corps, firent apparaître les serviteurs des précédents, les sudra.

In
Lionel Dumarcet, "Les grandes religion de l'Asie"

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Mais um devaneio...

Tenho medo. Medo de não conseguir, de me deparar com o vazio. Mas que vazio? Ele não existe. Não onde o temo. O vazio reside na incapacidade de ver o que se esconde na escuridão. Na dificuldade de olhar para dentro.
Indefinido, caótico, o que os meus sentidos apreendem. Sentidos? Não estou certo de que seja com eles que me vejo. O que são os sentidos? Pelo que dizem, parecem-me demasiado físicos para a função que lhes atribuo. Mas o que existirá para além do físico? Alma, espírito, intelecto... Qual escolher? Serão reais? E se o forem, afinal são eles o objecto da introspecção.
Como quem se vê ao espelho, tudo o que conseguirei será mera aproximação. Pior. Até o espelho reproduz imagens mais fiéis.
Talvez seja preferível. Se conhecessemos o que somos sem a mais ligeira alienação, talvez fossemos loucos. Loucos de horror, loucos de fascínio. Mas loucos.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Tamed beast

They want me in their lives
A rare stone pierced in their hearts
A sweet acid in their mouths

There's venom in my eyes
Subtle lies in my lips

I'm the wonderful beast
Walking away restless in the end

Leaving them used
Frustrated passion
Lost certainty

I find no regrets inside me
Only some cruel satisfaction

I'm the wonderful beast
Walking away cold-hearted in the end

Oh but you came
The one who tamed me
The one who holds the antidote

Make me suffer, make me love
Let me be weak, in all my strength

The dark orchid, tender and deep
Embraces the beast.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Silence must be heard

Look into the others eyes, many frustrations
Read between the lines, no words just vibrations
Don't ignore hidden desires
Pay attention, you're playing with fire
Silence must be heard, noise should be observed
The time has come to learn, that silence ...
Silence must be heard
Or diamonds will burn, friendly cards will turn
Cause silence has the right to be heard
People talk too much for what they have to say
Words without a meaning, just fading away
Silence must be heard, noise should be observed
The time has come to learn, that silence ...
Silence must be heard
Or diamonds will burn, friendly cards will turn
Cause silence has the right to be heard

Enigma

domingo, 21 de maio de 2006

Violenta saudade súbita...

Correm-me lágrimas de saudade, imagens que me incendeiam a memória. Poder estender-me de novo na laje negra aquecida pelo sol, violentamente amada pelo mar. Mergulhar o olhar na beleza fulminante das caldeiras, na suavidade das fajãs, na imponência do vulcão. Deter-me indeciso na fronteira entre três mundos, transpô-la livremente, chave da porta que revela a minha essência.
Quando cai a noite, sob o céu estrelado ou nublado, a melodia caótica dos grilos e das cagarras, bizarra canção de embalar.
Paisagens cristalizadas no tempo, guardiãs de pedaços de vida que deixei para trás.

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Algumas palavras soltas...

Perdi a inspiração,
Apagou-se o fogo
Tornei-me centelha
À espera de despertar

Mas tenho um amor petrificado
Que me pesa no peito
Até que o consiga afundar

terça-feira, 16 de maio de 2006

Delírio Sobre a Ponte

Às vezes que por aqui passei perdi-lhes a conta. Mas nunca nada é igual. Os nossos olhos nunca miram as mesmas imagens, por muito que esperemos o contrário. Privilegiados aqueles que disto se apercebem, ou que pelos menos param para pensar nesta subtileza. Há quanto tempo teria deixado de te amar ó rio, se daqui do alto não me maravilhasses de cada vez que te contemplo? Maravilha por seres sempre diferente, dotado dessa esplendorosa beleza que só os deuses possuem e que os homens ousaram conspurcar. Mas és mais forte do que eles. E tu cidade, casaste-te com o rio para lhes fazer frente, tu que deles vieste.
Iludem-se os homens ao pensarem que engendram beleza, imponentes no seu pedestal irrisório. Não entendem que é Ela e só Ela, a responsável por tamanhos fascínios. Nas suas mãos não passamos de instrumentos, de veículos pelos quais Ela se manifesta, em apenas mais uma das suas múltiplas facetas.

domingo, 30 de abril de 2006

terça-feira, 25 de abril de 2006

Resignação

Horizonte indefenido,
Envolveste-te em neblina.
O rio que me nasce na alma
Perdeu o leito, não encontra a foz.
O Destino roubou-nos a felicidade
Talvez por não acreditarmos nele.
Deus vingou-se em vão,
Pois perdi a fé que nunca tive.
Mas a vida avança
Atrelada ao Tempo insensível
É preciso que nos deixemos ir
Já que a Morte não recompensa
Aqueles que a procuram.

terça-feira, 28 de março de 2006

Ser açoreano

A magia de ser açoreano...



Ilhas de Bruma
Ainda sinto os pés no terreiro
Onde os meus avós bailavam o pezinho
A bela Aurora e a Sapateia
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Se no olhar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
No coração a ardência das caldeiras.
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança.

segunda-feira, 13 de março de 2006

Carta

Olá velho amigo. Aqui me sento, finalmente, frente a ti. Sei que me tenho vindo a afastar, mas que posso eu fazer se o tempo maldito nos faz mudar, fechando-nos portas que gostariamos tanto de poder voltar a abrir. Mas não te preocupes (perdoa-me a pretensão). Não deixei de te amar. Continuo a pensar em ti e a necessitar da tua força, tão intensamente quanto outrora. Tantas vezes o meu olhar procura refugiar-se na tua imensidão, sem te encontrar. Tantas vezes o meu peito anseia pelo teu abraço purificador. Cresci em ti, e em ti lavei lágrimas silenciosas. Como poderia esquecer-te?
Hoje revejo-te, e um arrepio de emoção percorre-me, tal como quando os meus lábios encontram a pele de quem amo. Com que outro poderia ter semelhante diálogo? Eu falo-te com o coração, tu respondes-me com murmúrios, doces rugidos, odores que me são caros.
Espero ansiosamente pelo dia em que mais uma vez entrarei em ti, o dia em que juntos seremos de novo um só. Até lá adeus, amigo de tantas faces. Descança que saberei sempre reconhecer-te, onde quer que te encontre.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Eu queria...


Je voudrais

Juste ce qu'il faut de neige
Juste ce qu'il faut de glace
Je voudrais que Dieu protège
Je voudrais que Dieu fasse

Juste ce qu'il faut d'hommes
Juste ce qu'il faut d'anges
Je voudrais que Dieu pardonne
Je voudrais que Dieu change

Je n'ai pas d'autre terre
D'autre lumière
Je n'ai plus d'autre prière
Je voudrais

Juste ce qu'il faut de plaines
Juste ce qu'il faut de vent
Je voudrais que Dieu comprenne
Je voudrais, tu comprends

Juste ce qu'il faut de libre
Juste ce qu'il faut d'attache
Je voudrais que Dieu délivre
Je voudrais que Dieu sache

Je n'ai pas d'autre enfer
D'autre désert
Je n'ai plus de colère
Je voudrais, je voudrais

Je voudrais que Dieu existe...

(Isabelle Boulay)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Nos mots, rien que des mensonges?

"L'aveu et le mensonge sont identiques. Pour pouvoir avouer, on ment. Ce que l'on est, on ne peut l'exprimer, puisque justement cela que l'on est: on ne peut communiquer que ce qu'on n'es pas, c'est-à-dire le mensonge."

Franz Kafka

A partir do momento que tentamos descrever uma qualquer realidade através de palavras, estamos a alienar irreversivelmente essa mesma realidade. A representação linguística de um objecto, em especial de um objecto abstracto proveniente do universo interior do sujeito, é sem dúvida uma mentira involuntária. Através da linguagem somos sempre criadores de realidades alternativas, construídas a partir de realidades observadas (vistas, ouvidas, sentidas, pensadas). É frustrante constatarmos que as limitações inerentes à condição humana nos impedem de sermos fiéis às nossas experiências, que mentir é-nos imposto e que o fazemos mesmo a nós próprios.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

Fantasmas

Ao rever estas paisagens, estes sons, estes odores, fantasmas de um passado que, não deixando de o ser, continua tão presente, tento recuperar aquele que já não sou. Ele faz parte de mim, mas tornei-me mais do que aquilo que ele representa.
Nunca deixamos de ser o que fomos. Na verdade, apenas nos expandimos a cada dia que passa. Em consequência, cada parte que nos constitui desempenha um papel cada vez mais atenuado, em detrimento das nossas aquisições mais recentes e mais pertinentes para o momento presente em que nos situamos.
É imensa a nostalgia que me assola quando, em contacto com os elementos que, num determinado momento passado, contribuiram tanto para fazer de mim quem eu era (e sou), pareço reviver por instantes estados de espírito de outrora. Sinto alguma tristeza por ter perdido de certa forma aquele que era. Sei que ele vive em mim, mas demasiado profundamente e demasiado rebelde para que eu possa imobilizá-lo e impedir se esquive. Quando sinto necessidade de o reviver tenho de o atrair, de o fazer ascender da escuridão em que se instalou. A única forma de o fazer é regressar aos lugares do mundo físico que ele habitou, inalar os aromas que o alimentavam, contemplar o que o comovia, ouvir o que o transportava. Assim, engodado, ele volta a apoderar-se de mim, não exactamente como antes, mas quase.
Este arrepio que sinto é a vertigem de mergulhar no passado com os pés bem firmes no solo presente.
É assim regressar à terra que me viu nascer e que me corre nas veias. Raíz profunda que sempre suportará os ramos novos que continuarão a nascer até ao fim dos meus dias.