quarta-feira, 25 de março de 2009

Carta em tradução adaptada.

Se cada vez que o mar se retira for preciso chorar as ondas, como se elas não fossem regressar para lamber as nossas longas praias brancas; se quando os barcos se inclinam, se aconchegam nas algas, os marinheiros acreditarem que vão perecer, então compreendo que as minhas partidas te destrocem. Se sempre que a noite se abate sobre nós, for preciso chorar o entardecer, como se fosse para sempre o fim das claras manhãs e da esperança; se sempre que eu afasto o olhar for preciso que me impeças de mergulhar nas minhas terras de tantas maravilhas, então compreendo que as tuas pálpebras sequem. E mesmo se, na pior das hipóteses, eu um dia permanecesse distante, seria preciso que nos dissessemos que poucos conhecem o que as nossas peles sabem. É que o meu coração sofre de tantas influências...Vê como dançam nos meus pensamentos as estrelas ou a lua, a falésia ou a duna. Afinal, sou apenas o movimento das marés... nada mais que o movimento das marés.

Adaptado do original Le mouvement des marées, de Daran.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Mots d'autrui V - La Débauche

La débauche est certainement un art comme la poésie, et veut des âmes fortes. Pour en saisir les mystères, pour en savourer les beautés, un homme doit en quelque sorte s'adonner à de consciencieuses études. Comme toutes les sciences, elle est d'abord repoussante, épineuse. (...) Mais quand l'homme est monté à l'assaut de ces grands mystères, ne marche-t-il pas dans un monde nouveau? (...) Ces monstruosités sociales possèdent la puissance des abîmes, elle nous attirent comme Sainte-Hélène appelait Napoléon; elles donnent les vertiges, elles fascinent, et nous voulons en voir le fond sans savoir pourquoi.

Honoré de Balzac, in La peau de chagrin

domingo, 1 de março de 2009

Verba Aliena VII - Os maldizentes


y es querer atar las lenguas de los maldicientes lo mesmo que querer poner puertas al campo.


Cervantes, in El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha