sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fragmentum VIII - Cemitério

Da janela, onde por vezes me quedo sozinho na fachada erma, não vejo morte; vejo apenas a dor dos vivos plasmada em lápides e mausoléus. Uma dor apaziguada, que me enternece no ar do entardecer, perfumado por flores e ciprestes docemente tristes.

sábado, 17 de outubro de 2009

Le temps perdu

Talvez um dia olhe para dentro e saiba ver. Talvez então regresse ao mar das ilhas, aquele que banhou a minha infância e só existe dentro de mim, e nele encontre, ainda boiando, um ovo nemesiano a custo contendo a câmara magmática que é fonte pungente dos meus medos e angústias originais. Talvez um dia recupere em algumas páginas esse tempo perdido.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fragmentum VII - Sementes aladas

(...) voláteis, como sementes aladas, milagres darwinianos, que, levadas por um vento decidido, sempre ansiassem por germinar noutro qualquer lugar diferente daquele em que foram generosamente depositadas.