sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mots d'autrui I - Continuer

Continuer, voilà ce qui est difficile.

Au bout de toute liberté, il y a une sentence; voilà pourquoi la liberté est trop lourde à porter, surtout lorsqu'on souffre de fièvre, ou qu'on a de la peine, ou qu'on n'aime personne.

Ah! mon cher, pour qui est seul, sans dieu et sans maître, le poids des jours est terrible. Il faut donc se choisir un maître, Dieu n'étant plus à la mode.


Albert Camus, in La Chute

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Wartend

Ich vermisse seine himmelblauen Augen, seine milchige Haut, seinen unbeschreiblichen Duft... Und ich warte, immer warte ich...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Junto ao mar (das ilhas)

Junto ao mar - inebriante suficiência de mim mesmo. Exila-se a solidão. As páginas brancas, brancas ficam - as palavras vão no vento; caídas tornam-se espuma na crista das ondas. Mas a espuma é efémera, e as palavras cedo se tornam água, regressam às profundezas.

Junto ao mar. Quem me conhece? Eu não. O mar, o das ilhas, talvez.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Holding a bow

To restrain the heart when it feels too much, hit by the gloomy arrow that flies back whenever you're away for too long. Will i ever be able to say i'll just be fine, when i might be the one holding the bow?

domingo, 10 de fevereiro de 2008

De nocturna solitudine

Nas noites em que não temos ninguém que nos adormeça, embale na cadência de um respirar que não é o nosso, envolva numa estufa de odores alheios mas familiares e amados, nessas noites, deveriamos vaguear sob o céu nocturno, numa praia onde o mar nunca adormece, nas ruas de uma cidade onde o silêncio está de passagem, num campo aberto respirando a aragem ligeira da noite e onde as estrelas perdem todo o pudor, e em tantos outros lugares que o repouso do sol reinventa. Porque ao ar livre a solidão enche-nos de vida e de coragem, acicata-nos os sentidos, inebriante suficiência de nós mesmos. Mas entre quatro paredes, decompõe-nos em fraquezas, afoga-nos nas profundezas gélidas das nossas inseguranças, empurrados pelo ar pesado e imundo que respiramos a custo, e o sono abandona-nos incapazes de acreditar que novo dia virá, porque em nós se apagou a luz.