quarta-feira, 25 de março de 2009

Carta em tradução adaptada.

Se cada vez que o mar se retira for preciso chorar as ondas, como se elas não fossem regressar para lamber as nossas longas praias brancas; se quando os barcos se inclinam, se aconchegam nas algas, os marinheiros acreditarem que vão perecer, então compreendo que as minhas partidas te destrocem. Se sempre que a noite se abate sobre nós, for preciso chorar o entardecer, como se fosse para sempre o fim das claras manhãs e da esperança; se sempre que eu afasto o olhar for preciso que me impeças de mergulhar nas minhas terras de tantas maravilhas, então compreendo que as tuas pálpebras sequem. E mesmo se, na pior das hipóteses, eu um dia permanecesse distante, seria preciso que nos dissessemos que poucos conhecem o que as nossas peles sabem. É que o meu coração sofre de tantas influências...Vê como dançam nos meus pensamentos as estrelas ou a lua, a falésia ou a duna. Afinal, sou apenas o movimento das marés... nada mais que o movimento das marés.

Adaptado do original Le mouvement des marées, de Daran.

3 comentários:

Rute disse...

Que bonito! Que visual! Sente-se bem e melhor sabe ainda!

Iúri disse...

Fica a faltar o texto original! Mui' belo!

Ana Pena disse...

Casa comigo!