Tenho medo. Medo de não conseguir, de me deparar com o vazio. Mas que vazio? Ele não existe. Não onde o temo. O vazio reside na incapacidade de ver o que se esconde na escuridão. Na dificuldade de olhar para dentro.
Indefinido, caótico, o que os meus sentidos apreendem. Sentidos? Não estou certo de que seja com eles que me vejo. O que são os sentidos? Pelo que dizem, parecem-me demasiado físicos para a função que lhes atribuo. Mas o que existirá para além do físico? Alma, espírito, intelecto... Qual escolher? Serão reais? E se o forem, afinal são eles o objecto da introspecção.
Como quem se vê ao espelho, tudo o que conseguirei será mera aproximação. Pior. Até o espelho reproduz imagens mais fiéis.
Talvez seja preferível. Se conhecessemos o que somos sem a mais ligeira alienação, talvez fossemos loucos. Loucos de horror, loucos de fascínio. Mas loucos.
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1 comentário:
O vazio realmente não existe. A escuridão que existe detrás das nossas palpebras cerradas é demasiado densa para ser considerado vazio. Poucos conseguem ver o que se esconde na escuridão, por ser talvez demasiado obscura ou tenebrosa. Alguns não escolhem ver, outros têm coragem de a afirmar, outros simplesmente a negam. Agora incapacidade de ver o nosso interior? Não acredito em tal incapacidade, apenas numa negação por parte de muitos de ver a verdadeira essência do ser humano.
Os sentidos são completamente indefinidos e totalmente abstractos, dependendo de cada um os interpretar.
AH! E não te esqueças da aura. Ela pode pesar muito, especialmente quando os olhos falam por ti, quando o sentimento foge através da tua retina, e se aloja nos lábios de outra pessoa. Não necessariamente real, ou exactamente igual á sua fonte, mas escapa sempre algo.
Enquanto louco, prefiro ser louco de amor. Enquanto louco, prefiro se louco por ti.
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