sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A fonte

Neste dia em que o tempo me arrasta com um pouco mais de força, sempre na incontornável direcção do abismo, preciso da fonte. Nela, em vez da morte, renovar a vida, mesmo que por mera ilusão, inútil fingimento. Ou, quem sabe, aprender a aceitar a escuridão, a amar a luz enquanto a não apagam. E a fonte? A fonte é a ilha, a fonte é o mar e o sangue, e também o ventre. À distância, fecho os olhos e bebo das suas águas. E o tempo prossegue.

1 comentário:

Anónimo disse...

"amar a luz enquanto não a apagam"...a luz reflecte-se em tudo o que é objecto, em tudo o que é vida, em nós (Pessoas).

A luz na mais frágil lâmpada pode quebrar com um simples toque, o amor divagaria por entre os cacos do fino vidro. Com a mãos mais habilidosa que temos fariamos do repouso dos cacos, a luz apagada.

Quero divagar neste momento..."amar a luz enquanto não a apagam" é amar tudo e todos, é amar pouco ou muito, mas o que realmente importa nesta vida é amar, desde que ninguém nos faça ficar no escuro.