segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Verba aliena XIII - La culture
sábado, 27 de agosto de 2011
As cigarras
quarta-feira, 27 de abril de 2011
O outro
sexta-feira, 11 de março de 2011
Branco
Confrontada com os brancos de mármores e calcários que erigiam a cidade mediterrânica refugiada nas margens do Atlântico, a alma retraia-se-lhe em angústias lancinantes, exasperadas por uma luz demasiada. Pressentia nestes tons alvos o carácter funesto que lhes atribui Melville e nunca a pureza envergada por mártires recompensados no reino dos céus. Afinal era a cidade branca que lhe entregava o Amor e o Desejo em intermitências de êxtase, para logo depois os reclamar de volta em escárnio. Já a ilha negra de basalto guardava-os sob os auspícios de uma mais doce mas profunda saudade, envoltos em promessas de perene constância.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Catábase
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Aduersus absentiam
Era, agora mais do que nunca, para oeste que se lhe projectava a alma, agulha magnética querendo quebrar o vidro que a contém. Sepultado na cidade, sabia-o longamente distante na ilha. Quando os primeiros dedos da noite vinham apagar os espaços de azul que lhe recordavam os dois pedaços de céu profundo onde, há mais de três anos atrás, guardara o coração, forçoso se lhe tornava redefinir o processo da memória associativa, única droga eficaz no acalmar dos sintomas lancinantes da saudade. Começava então por percorrer a pele dele nas orlas das nuvens esparsas, enrubescidas pela luz marcescente de um astro já declinado. Terminava acariciando os cabelos teimosos nos contornos das sombras de árvores debruadas contra o firmamento indeciso do crepúsculo. E na fresca aragem nocturna de um inverno senil, insinuava-se sobre os lábios o beijo primaveril que prometia uma convalescença próxima.