Eochaid tinha por hábito não dar por si. Certo dia, em que caminhava sozinho por uma rua estéril, absorto em trivialidades, não foi a tempo de se desviar. Tropeçou em si. Onde caiu não havia fundo; pois como atingir o fim do abismo de si mesmo? Estava então ali, em queda imóvel, quando a viu: a Verdade, tendo o vazio por trono. A seus pés dormiam fantásticas alimárias, bestas apocalípticas e todo o séquito digno de constar no liber monstrorum. Não lhe fariam mal, disse-lhe Ela. Ali estavam, esperando para o tornarem livre. E ele não temeu. Aproximou-se. Ouviu-os em línguas impossíveis, que podia compreender. Revelaram-lhe portentos. Confirmaram-no divindade. Quando nesse dia Eochaid regressou, soube que se conhecia. Desde então, para sua grande incompreensão, de Eochaid dizem que é louco.
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2 comentários:
Uh me likes!!!!! =D
Me like it too!
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