sexta-feira, 11 de março de 2011

Branco

Confrontada com os brancos de mármores e calcários que erigiam a cidade mediterrânica refugiada nas margens do Atlântico, a alma retraia-se-lhe em angústias lancinantes, exasperadas por uma luz demasiada. Pressentia nestes tons alvos o carácter funesto que lhes atribui Melville e nunca a pureza envergada por mártires recompensados no reino dos céus. Afinal era a cidade branca que lhe entregava o Amor e o Desejo em intermitências de êxtase, para logo depois os reclamar de volta em escárnio. Já a ilha negra de basalto guardava-os sob os auspícios de uma mais doce mas profunda saudade, envoltos em promessas de perene constância.

Sem comentários: