quarta-feira, 9 de março de 2011

Catábase

Os infernos a que Díarmait descia eram outros: demasiado solitários para que fossem povoados pelos mortos; demasiado gélidos para que fossem o palco de tormentos ígneos; demasiado sombrios para que neles reinasse o que traz a luz. Os infernos a que Díarmait descia eram, sem dúvida, outros: aqueles que só o homem é capaz de criar dentro de si e em que só ele próprio é, ao mesmo tempo, o castigo e o castigado.

3 comentários:

Rute disse...

É medonha a verdade existente neste texto. E tão real...

O Lado B do Espelho disse...

Porque me soa tão familiar este texto?

Bárbara Rivadávia disse...

Descer aos infernos é também conhecer a si mesmo.