segunda-feira, 12 de maio de 2008

Espalamaca / Sonho de mitologia açoreana

Subindo a Espalamaca, a estrada parece acabar onde acaba a ilha. E o olhar ora se precipita no canal até aos ilhéus, ora se ergue escalando a branda encosta do vulcão. No alto refugiam-se os deuses desconhecidos das ilhas, expirando o enxofre das entranhas. Pensam os homens que é deles o que não pode ser possuído; e a Virgem terrena ousa virar as costas ao Olimpo Atlântico, velando sobre a cidade mortal. Perante tal afronta, são mais piedosos aqueles imortais de lava, mar e vento, que o deus estrangeiro que com seu séquito aqui veio acostar.

2 comentários:

Filipe Gouveia de Freitas disse...

Diz-me, rapaz atlante, em que pensas quando pensas em tudo isto?

No Limite do Oceano disse...

"Sonho de mitologia açoreana"...hummmm não tenho muitas palavras para escrever seja o que for, e porque os mitos fazem parte de quem eu sou, acho que por ter nascido entre lava seca e ondas embrulhadas em areia, deixo no ar o que realmente sinto quando ponho os pés na minha ilha...não há nada melhor que a inocência...

*Hugs n' smiles*
Carlos