Confrontada com os brancos de mármores e calcários que erigiam a cidade mediterrânica refugiada nas margens do Atlântico, a alma retraia-se-lhe em angústias lancinantes, exasperadas por uma luz demasiada. Pressentia nestes tons alvos o carácter funesto que lhes atribui Melville e nunca a pureza envergada por mártires recompensados no reino dos céus. Afinal era a cidade branca que lhe entregava o Amor e o Desejo em intermitências de êxtase, para logo depois os reclamar de volta em escárnio. Já a ilha negra de basalto guardava-os sob os auspícios de uma mais doce mas profunda saudade, envoltos em promessas de perene constância.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Branco
quarta-feira, 9 de março de 2011
Catábase
Os infernos a que Díarmait descia eram outros: demasiado solitários para que fossem povoados pelos mortos; demasiado gélidos para que fossem o palco de tormentos ígneos; demasiado sombrios para que neles reinasse o que traz a luz. Os infernos a que Díarmait descia eram, sem dúvida, outros: aqueles que só o homem é capaz de criar dentro de si e em que só ele próprio é, ao mesmo tempo, o castigo e o castigado.
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