quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Foram dias

Foram dias deslocados do tempo. Nas ilhas o tempo escorre por outros sulcos, abre-se por vezes num mar, fluindo ao sabor de uma maré indiferente. Foram dias de uma felicidade que não encontrou palavras, dispensou-as, aliás. Talvez seja isso; talvez as palavras só existam na infelicidade, na apatia, na necessidade de nos agarrarmos a um felicidade insatisfeita. Agora que o tempo voltou a perseguir-me nas ruas de Lisboa, emergem como uma visão, um indefinido sonho ledo, aqueles dias.

2 comentários:

Iúri disse...

Há palavras para tudo. As melhores são as ditas no silêncio. Não em silêncio, mas no silêncio.

E o tempo nas ilhas corre, mas certamente corre d'outra maneira.

Em Lisboa pergunto-me "Que sabe esta gente da gente do mar?"

GotchyaYinYang disse...

:) e sabem tão bem... são memórias que nunca se esquecem.