Sentia a solidão alastrar como um cancro e, em cada órgão, em cada tecido e em cada célula, um pedaço de alma marcescente repugnava a enganadora perfeição das arestas geométricas que me violentavam o olhar, desprovidas de humanidade; porque a humanidade está na desordem aparente de um bosque, na aspereza de uma falésia e na violência do mar que a hostiliza, na assimetria de um pôr-do-sol, enfim, na perfeita harmonia de imperfeições. E eu, bicho assustado, recuo ao derradeiro buraco em mim onde a carne ainda palpita quente e húmida.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário