sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lamento continental de um ilhéu.

Em areais de finisterra - sol de Agosto ardente -
lá onde o Tejo espraia sua foz urbana,
e a ampla arriba encara o astro cadente,
inclino-me sobre a verde onda, banhando a turba humana;

Em terras do Austro, terra ruiva e olente,
manancial da porção do meu sangue arcana,
lá onde o Arade lodoso se lança indolente,
na verde onda despejo minh'alma que da saudade emana.

À verde onda imploro que célere a conduza
ao oceano azul, onde na bruma mora a musa
das ilhas encobertas que forjaram o meu Ser.

Nas veias mortificadas já se vai secando a lava,
e fenece a urze que na pele as suas raízes crava,
até que de novo à terra negra minh'alma vá beber.

3 comentários:

Rute disse...

E falas tu do meu! Está Fantástico este! =)

Vens hoje ao jantar da Marisa?

Bora fazer geocaching! lol

Filipe Gouveia de Freitas disse...

Mesmo muito bonito!

GotchyaYinYang disse...

Wow!