sábado, 25 de outubro de 2008

A estética das palavras

Olc líth dolluid ind nathir
cosin n-athir dia chathir,
sáib sí céni i m-bith ché
co m-bu haithbe nad búe.

Irlandês Antigo, excerto de A Viagem de Bran.


Wearð him on Heorote to handbanan
wælgæst wæfre; ic ne wat hwæder
atol æse wlanc eftsiðas teah,
fylle gefægnod.

Inglês Antigo, excerto de Beowulf.


Naddhristir, ák nesta

norn til arfs of borna.
Þigg, Auða konr, eiða,
eiðsært es þat, greiða.

Nórdico Antigo, excerto de Saga de Egil


Pwyll Pendefig Dyfed a oedd yn argwydd ar seith cantref Dyfed. A threiglweith ydd oedd yn Arberth, prif lys iddaw, a dyfod yn ei fryd ac yn ei feddwl fyned i hela.

Galês Medieval, excerto de Mabigonion


Hyvä mutso, kaunis mutso, mutso valkeanverevä!
Hyvinpä ko'issa kuuluit, tyttönä ison ko'issa;
hyvin kuulu kuun ikäsi miniänä miehelässä!

Finlandês, excerto de Kalevala

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A vida de X

X andava na vida um pouco à maneira de Proust, observando a dos outros e o mundo como que espreitando por uma falha no tecido de Einstein, um pé no tempo, outro fora dele, ora em todo o lado, ora em lugar nenhum. Sabia encontrar nos outros e nas coisas aquela pontinha do fio em que começa o casulo do bicho-da-seda - que em criança me diziam que procurasse e que nunca consegui encontrar - porque o mundo são muitos casulos contidos uns nos outros, do infinitamente pequeno ao incomensuravelmente maior; e percebê-lo é encontrar todas as pontinhas, e desenrolá-las, e descobrir onde se tocam, onde se enriçam. X conseguia-o. X sabia o mundo e as pessoas. Mas X tinha um problema: era incapaz de escrever o que observava. Então X resignava-se e lia Proust.

(A todos os que lerem e o possam pensar: X não sou eu, ou nem sempre, ou não exactamente, ou talvez nunca.)


Auch fühlt er sich fremd in unserer Zeit; als gehöre er zwar zu meiner Familie, aber überdies noch zu einer andern, ihm für immer verlorenen, ist er oft unlustig und nichts kann ihn aufheitern.

Franz Kafka, in Elf Söhne

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Good question

Were it to be in my hands to change the unbearable, would i do what has to be done? Would i take my chances?