quarta-feira, 13 de maio de 2009

O cristal

Quando à minha volta grassam sentimentos vítreos, estilhançando-se no choque da incompreensão, e outros, erguidos sobre o vazio, em betão hipócrita, nédios de egoísmo, corroendo as entranhas dos pobres de espírito, não deverei eu preservar este puro cristal, que dos teus olhos cerúleos se mineralizou no meu coração? Que doce se faz esse sofrimento, contrastado por instantes de felicidade indízivel, ante a opção de uma solidão sem fundo, esvaziada de humanidade; pois se dos destroços da dor se me regenera o espírito em novo ciclo, ao toque ardente da tua pele!

3 comentários:

Anónimo disse...

Para ti:

Escrevi teu nome no vento
Convencido que o escrevia
Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia

Ao vê-lo seguir envolto / Na poeira do caminho
Julguei meu coração solto / Dos elos do teu carinho

Em vez de ir longe levá-lo / Longe, onde o tempo o desfaça
Fica contente a gritá-lo / Onde passa e a quem passa

Pobre de mim, não pensava / Que tal e qual como eu
O vento se apaixonava / Por esse nome que é teu

E quando o vento se agita / Agita-se o meu tormento
Quero esquecer-te, acredita / Mas cada vez há mais vento

A. disse...

*!

Taiyo85 disse...

Lindo.... absolutamente genial, tanto o post como o comentario....